Okada Katuo Sensei
Um dos Maiores Legados do Karatê-Dō Shōtō-kan no Brasil

Sumário
Katuo Okada Sensei foi uma figura central e de destaque na história do Karatê-Dō no Brasil. Ele se identificava como praticante do Shōtō-kan. Okada foi reconhecido como o aluno de maior e melhor desenvolvimento de Mitsusuke Harada Sensei no país, figurando entre os primeiros, e possivelmente os dez primeiros, faixas pretas formados por Harada no Brasil. Okada Sensei se destaca como o único, dentre esses pioneiros, que se tem notícia de ter continuado ativamente a prática e o ensino do Karatê-Dō de forma consistente.
Período e Locais de Ensino
Sua atuação como professor se estendeu intensamente nas décadas de 1970 e 1980.
No SESC de São Paulo, ele ministrava aulas aos sábados, a partir das 10h, nas quadras, atraindo turmas volumosas, com cerca de 80 a 100 alunos.
Na Academia Yamasaki, ele dividia sua dedicação em dois endereços:
- Domingos de Moraes – quartas e sextas-feiras à noite
- Vieira de Morais – terças e quintas-feiras, a partir das 20h
Após o SESC, continuou lecionando em outros locais, inclusive na Academia Dandy.
Técnica e Conhecimento
Okada Sensei era reconhecido por uma técnica riquíssima e distinta das vertentes esportivas. Executava com fluidez notável e domínio corporal evidente, principalmente em chutes no solo, exibidos em sequências variadas.
Relação com Harada Sensei e a Evolução do Karatê

Rara foto no primeiro Dojo Shōtō-kan do Brasil. Harada e Okada Sensei estão na imagem.
Harada Sensei, após desenvolver seu trabalho na Europa, buscou Okada no Brasil para acompanhá-lo em suas reformulações técnicas. A famosa frase de Harada nos anos 80 — que “tudo que ele havia ensinado antes devia ser jogado fora” — marca esse momento de ruptura e evolução, em que a presença de Okada teve papel essencial.
Após o falecimento de Harada, Okada também vem a falecer. Um mistério absoluto nessa união entre professor e aluno, uma conexão que parece ultrapassar os limites da vida.
A Mistura com Shōrin-Ryū (Shōtorin)
Após a partida de Harada para a Europa em 1962, Okada Sensei ficou isolado no Brasil. Por problemas com Harada e forte amizade com Mestre Shinzato (Shōrin-Ryū), passou a misturar brevemente a prática. Assim surgiu a Shōtorin, porém distinta das versões mecanizadas de Shōrin-Ryū. Essa mistura nao logrou exito em si: a antiga prática do Shōtō-kan Ortodoxo prevaleceu.
Foi no principio da mistura que Filié Sensei parte para outro destino fora do país, não tendo mais contato com Okada até 2007 ou 2008, ocasião em que já era preta no Shotokai.
Okada, embora não enfatizasse competição, passou a enviar alunos para eventos da Shōrin-Ryū nos anos 70. Mais tarde, após o SESC, parece ter se afastado totalmente, talvez após o falecimento de Shinzato.
Alunos Formados Faixa Preta
Okada Sensei formou diversos faixas pretas:
- Domingos João Sensei
- Okada Ricardo (filho de Okada Sensei)
- Guedes Plinio
- Tugio
- Kazuo San e seu filho Nakata Carlos
- Agonilha Paulo
- Baungartner Roberto
- Claude (belga)
- Nelson (Nelsão)
- Wilson
- Hilário e seu irmão Olegário
- Silvio (Silvão)
- Osmar
E ainda outro japonês notável, que usava faixa branca, cujo nome permanece envolto em mistério.
Legado e Continuidade
Muitos de seus alunos acabaram por se desviar dos ensinamentos originais. Alguns aderiram ao esporte, outros integraram filosofias paralelas, como a maçonaria. Hoje, Domingos João Sensei é reconhecido como o único representante direto e fiel do legado de Okada Sensei no Brasil.
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